Além de mostrar a evolução de um dos mais sólidos conglomerados empresariais brasileiros, com projeção e reconhecimento internacionais, a história das Empresas Randon serve para reafirmar a crença no desenvolvimento do País e na capacidade de superação de desafios.

Tudo começou como tantas outras histórias de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil dispostos a construir uma vida melhor. O desenrolar e o seu desfecho são singulares e estão intimamente ligados à persistência e à tenacidade de seus protagonistas. O livro Randon Meio Século de Trabalho, escrito por João Luiz de Morais, conta que Cristóforo Randon, tronco dos Randon de Caxias do Sul, veio da Província de Vicenza, Vêneto, na Itália, e se destacou “pela sua retidão e laboriosidade, virtudes que seus netos Raul Anselmo Randon e Hercílio Randon herdaram na mais ampla acepção da palavra”.

Tudo começou em 21 de Janeiro de 1949. Ao concluir o serviço militar obrigatório, Raul Randon uniu-se ao irmão

Hercílio e, aproveitando as instalações da oficina do pai Abramo Randon, começaram a produzir materiais de ferraria e a consertar motores e máquinas. No ano seguinte, fizeram uma sociedade com Ítalo Rossi para fabricação de máquinas de tipografia, mas a parceria foi desfeita em 1951, depois que um incêndio destruiu tudo.

Os dois irmãos seguiram em frente e, em 1952, constituíram a Mecânica Randon Ltda., que efetivamente começou a operar em 02 de Janeiro de 1953. O negócio resultou de uma nova parceria, desta vez com o vizinho e também imigrante italiano, Antônio Primo Fontebasso. Ele tinha uma oficina para consertos de caminhões e automóveis e, de forma pioneira no Sul, começou a fabricar freios a ar comprimido para caminhões. A sociedade durou até 1955, quando Fontebasso afastou-se por motivo da doença.

A empresa prosperou, novos clientes e mercados foram conquistados. A oficina mecânica dá lugar à instalação industrial para fazer frente às inovações tecnológicas e ao aumento da demanda.

Atenta às transformações da sociedade e preocupada com o bem-estar de seu quadro funcional, a empresa cria, em 1963, a Fundação Assistencial Abramo Randon, primeira de uma série de iniciativas que se seguiram ao longo dos anos dentro da sua política de responsabilidade social.

As fusões, aquisições e a globalização da economia, ao lado do crescimento da concorrência marcaram a trajetória das Empresas Randon em sua história mais recente. O fato exigiu maior eficiência e levou à formatação de um novo modelo gerencial, envolvendo parcerias internacionais. Em 1986 nasceu a Master Equipamentos Automotivos Ltda. um projeto conjunto da Randon com a Rockwell para a produção de freios.

Seguindo este caminho, em setembro de 1992 foi criada a holding Randon Participações S.A. e definida a segmentação dos negócios nos ramos de implementos rodoviários, autopeças, veículos especiais e prestação de serviços.

As alianças internacionais continuaram valorizadas e em 1993 foi firmada joint venture com a norte-americana Carrier Transicold Division, fabricante de aparelhos de ar condicionado para ônibus e de refrigeração para o transporte de mercadorias. Com a internacionalização, o próximo passo foi a abertura de subsidiárias no exterior. Desta forma, em 12 de agosto de 1994 surgiu a Randon Argentina, com sede em Rosário, Província de Santa Fé. No mesmo ano, o segmento de veículos especiais passou a ter espaço próprio com a criação da Randon Veículos Ltda.

As Empresas Randon ingressaram no século XXI mantendo a visão de crescimento e fortalecimento da marca. Com
esse olhar, as companhias integrantes do conglomerado enfrentaram os desafios e eventuais obstáculos impostos pelo cenário econômico nacional e internacional. Recordes em todos os sentidos, metas atingidas e uma sinalização clara de que um novo ciclo foi iniciado no processo de ampliação da capacidade produtiva, e nas operações de montagem de implementos rodoviários da empresa no exterior, uma tendência começada no Marrocos, em 2004, e que alcançou a Argélia, Quênia, África do Sul, Cuba e Oriente Médio (escritório comercial).

As novas operações nas unidades Fras-le dos Estados Unidos e China confirmam este quadro. Investimentos se materializaram progressivamente e aqueles tidos como relevantes se tornam realidade, como é o caso da Castertech (fundição), Pintura E-coat de Implementos, bem como o novo Campo de Provas, em fase adiantada de implantação, empreendimentos que agregam diferenciais às marcas Randon.

Em especial, 2008 reservou à Fras-le avanços importantes no processo de internacionalização. Com o objetivo de aumentar a participação no mais importante mercado global automotivo, a Fras-le adquiriu o negócio de material de fricção da americana Haldex, nos Estados Unidos. A planta está sediada em Prattville, no Alabama, e num primeiro momento foram investidos US$ 7 milhões. A presença também com produção local sinaliza comprometimento com o mercado, proximidade permanente com os clientes e velocidade no atendimento de suas demandas.

Uma nova unidade na República Popular da China inicia suas atividades neste segundo semestre de 2009. A produção de material de fricção será destinada para a Ásia, ampliando a competitividade no continente. Ainda no âmbito da internacionalização, a Fras-le anunciou a implantação de um Centro de Distribuição na Europa, com objetivo de ampliar a participação naquele mercado e agilizar os prazos de entrega.

O ano de 2008, mesmo com forte desaquecimento e tensão geral desencadeados no quarto trimestre, foi celebrado como o melhor ano da história da empresa. Um presente que começa a colher os frutos da antevisão da empresa com vocação para o crescimento.

Fonte: Informativo Empresas Randon

Textos: Ângela Caporal, Gladis Berlato, Margô Segat e Renatha Mores.

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