Por Domingos Ricca, ricca@empresafamiliar.com.br
Entretanto, realizar essa tarefa requer alguns cuidados, ainda mais quando a geração que irá assumir é caracterizada como “geração Z”. A geração, composta por pessoas nascidas na década de 90, as quais são antenadas, dinâmicas e tecnológicas.
Os jovens, que possuem pouco mais de 20 anos, estão trazendo novos desafios, pois estão acostumados a executar múltiplas tarefas e não gostam de perder tempo nem ficarem parados, sendo um de seus principais atributos o imediatismo. Tais características são fundamentais para que a empresa inove e busque modernidade, tornando-a competitiva dentro do mercado.
Contudo, é necessário que essa transição de geração para geração seja feita com muita cautela, pois esse dinamismo faz com que esses jovens não se fixem em uma mesma empresa por longos períodos. O grande desafio é como tornar um jovem dessa geração, um líder apto para assumir o comando de uma empresa familiar.
O processo é longo, em virtude de que não se conquista a confiança dos colaboradores da noite para o dia e nem se possui a mesma de imediato para um cargo de tão alto nível. Para que isso ocorra temos que seguir 3 passos:
- Saber se o sucessor tem interesse em atuar nos negócios da família: o sucessor não pode assumir a empresa somente por ser parente do fundador, é importante que ele tenha competência e interesse para assumir um cargo na organização familiar;
- Garantir um processo de qualificação: colocá-lo para vivenciar o dia a dia, a rotina de todas as áreas da empresa, é fundamental para o crescimento do sucessor e é importante que esse processo seja realizado com tempo e tendo, de preferência, a condução do fundador, pois ele servirá como mentor durante toda a formação;
- Começar atuando de baixo, para poder entender a estrutura e suas operações junto aos demais colaboradores: transmitir a cultura e os valores da empresa, fazendo com que o sucessor se adapte ao modelo organizacional, respeitando as regras já estabelecidas pelo fundador e conquistando a confiança e respeito dos demais colaboradores.
É muito comum que haja conflitos oriundos de situações vinculadas a adoção de modernidades, que ao sucessor parecem fundamentais, e pela ótica do fundador são questões supérfluas. Porém, ao realizar a sucessão, as características do sucessor devem ser preservadas, de maneira a trazer o que há de melhor em sua geração: inovação e criatividade.
Assim como os jovens dessa geração, as empresas também precisam estar em constante evolução, e terão como principal desafio atualizar os negócios, criar novos modelos de liderança e um plano de carreira atrativo para reter os talentos da nova geração para ajudarem as empresas familiares em um futuro próximo e se consolidarem cada vez mais no mercado.
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