Estadão – Coluna do Broadcast – 13 de março de 2019
A euforia de uma década atrás deu lugar à ressaca na indústria do luxo. A suíça Richemont decidiu encerrar as operações de quatro de suas marcas de relojoaria de alto padrão no País: IWC, Jaeger-LeCoultre, Panerai e Van Cleef. As quatro estão, cada uma, com apenas uma loja, todas localizadas no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Elas devem continuar abertas até junho, quando se encerram os contratos de locação. O grupo suíço seguirá no Brasil apenas com os dois nomes mais famosos: Cartier e Montblanc. O segmento sofre com os solavancos do câmbio e o peso dos impostos – em média, 55% do preço de um relógio suíço são tributos. Por causa disso, estima-se que, para cada modelo de luxo comprado no País, dez sejam comprados por brasileiros no exterior.
Mais portas fechadas. O encolhimento do mercado de luxo não se restringe à relojoaria. Nos últimos meses, marcas como Ralph Lauren, Versace e Lanvin também anunciaram a decisão de deixar o País. O grupo Richemont, de capital aberto, não revela suas receitas no Brasil isoladamente. No mundo, as vendas superam € 10 bilhões por ano. No Brasil, IWC e Panerai informaram que “a princípio, não haverá fechamento no caso das boutiques”. Procurado, o grupo não respondeu até o fechamento desta Coluna.
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