Via O Estado de São Paulo

As negociações da compra da Avon pela Natura, confirmadas pela fabricante brasileira de cosméticos nesta sexta-feira, 22, vão servir a dois propósitos para a empresa brasileira: abrir espaço no mercado americano, no qual tem presença discreta, e chegar à liderança isolada do setor no País, onde é a primeira colocada, mas com margem apertada em relação à anglo-holandesa Unilever e ao grupo brasileiro Boticário. Existe a expectativa de que o martelo da aquisição possa ser batido nos próximos dias, diz fonte próxima ao acordo, em operação que inclui a operação americana e a brasileira. O valor de mercado da Avon é hoje de cerca de US$ 1,3 bilhão (ou R$ 5 bilhões).

Embora seja uma marca internacionalmente conhecida e esteja formando um portfólio além da marca-mãe – com a australiana Aesop, comprada em 2012, e a britânica The Body Shop, em 2017 –, a incorporação da Avon dobraria a participação da brasileira no mercado global. Segundo a consultoria Euromonitor, tanto Natura quanto Avon detêm 1,5% do setor de cosméticos no mundo, sendo a 13.ª e a 14.ª forças no segmento. Por aqui, a Natura passaria de 17%, ficando bem à frente de suas rivais.

Comprar a Avon já foi, mas não é mais um passo grande para a Natura. Isso porque a marca americana perdeu boa parte de seu apelo nos últimos anos. A Euromonitor mostra a Avon em um discreto sexto lugar no ranking do mercado nacional. Na década passada, tinha o dobro do tamanho por aqui e disputava a dianteira justamente com a Natura.