Por Domingos Ricca
Os fundadores de organizações de natureza familiar, de maneira geral, possam a vida buscando alternativas para uma questão que os inquieta sobremaneira:
- Como devo proceder para fazer uma boa sucessão na minha empresa?
A resposta não é simples, e exige um processo de formação que permita o desenvolvimento profissional do sucessor (a). A geração a frente da gestão da empresa, precisa se preocupar em realizar um programa de Qualificação de Sucessores.
Objetivo geral do Programa de Qualificação para a Sucessão é capacitar e desenvolver o sucessor (a), entendendo que o mesmo esteja apto a contribuir com o desenvolvimento e continuidade da empresa para as próximas gerações.
O sucessor não precisa ser membro da família, porém entende-se que o profissional oriundo do núcleo familiar pode assumir mais efetivamente os valores do fundador, e personificar a cultura organizacional.
Outra pergunta que precisa ser respondida, assim que houver herdeiro ou colaborador qualificado para passar pelo Programa de Formação de Sucessores:
- Qual será o período para desenvolvimento deste profissional?
Não é possível realizar este tipo de formação em poucos meses. É necessário um processo longo, levando-se em consideração ambientação à cultura, capacidade de liderança, respeito aos valores do fundador, qualificação técnica, e experiência na condução dos negócios.
O Programa deverá oferecer ao participante a oportunidade de conquistar uma base sólida de conhecimento e aprendizagem, que permita garantir a rentabilidade organizacional, bem como o direcionamento estratégico.
- Sua empresa sabe para onde vai? Existem objetivos definidos que possam nortear o rumo da organização? Este sucessor deverá manter ou implantar quais diretrizes corporativas?
Se não houve questionamentos sobre quais os rumos estratégicos da empresa familiar, muito provavelmente as bases para a formação do sucessor não foram criadas. Assim sendo, será muito difícil desenvolver um Programa de Qualificação para Sucessão. É preciso criar e/ou desenvolver Competências Profissionais e Pessoais que serão exigidas na condução dos negócios, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos sócios para o futuro da empresa.
As competências deverão abranger o aspecto genérico, ou seja, deve garantir que o sucessor tenha uma visão do todo organizacional, e compreenda qual o propósito da empresa.
Além disso, devem ser definidas as competências específicas, que se referem a capacidade de condução do cargo em si, e dizem respeito às suas atividades cotidianas; além das competências comportamentais, que estão vinculadas às suas atitudes assumidas pelo sucessor, sendo que estas devem estar em consonância com a cultura e os valores do fundador.
Sem saber o perfil a ser formado, não existe como qualificar o profissional. A definição de talento muda de empresa para empresa, e se não há o escopo do talento para a organização, fica difícil estabelecer o processo de desenvolvimento do sucessor.
O herdeiro será um sucessor mais qualificado, à medida em que houver um Programa que permita o direcionamento da formação do profissional, e quando forem realizadas avaliações de desempenho para mensurar seu desenvolvimento.
Cabe ressaltar que o melhor mentor para o sucessor é quem fundou a empresa, que conhece profundamente seu empreendimento, e que vai poder orientá-lo, de forma a levar a organização em direção ao futuro, sem comprometer a continuidade dos negócios da família.
FOTO: Pixabay
**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio