Sem dúvida, a figura mais importante da empresa familiar é o fundador. O pai, o avô, aquele que desenvolveu e concretizou o negócio, e que, definitivamente, é exemplo a ser seguido pelos familiares.
O fundador cria uma empresa a partir de um sonho pessoal e chega ao fim da vida com dificuldade de compartilhar os seus valores e sonhos com a segunda geração. Alguns empreendedores se frustram por não conseguirem repassar seus sonhos e projetos para seus herdeiros. Assim, a passagem da gestão de uma geração para outra, não trará o contorno de continuidade idealizado pelo fundador.
O filho que assumir a gestão da empresa deverá representar mais claramente os valores da família, que normalmente são: trabalho duro, comprometimento com o sucesso do negócio, disposição para se sacrificar ao cliente, confiança dos familiares.
A identidade de uma empresa familiar, portanto, está pautada em quatro pilares, que foram adotados pelo fundador no início do negócio, a saber:
• Palavra /Credibilidade;
• Perseverança;
• Carisma / Liderança;
• Cultura.
Duas questões podem fazer com que as empresas familiares sobrevivam e se mantenham saudáveis por longo prazo:
• A empresa deve ser tratada como empresa, sem fazer aflorar nas dependências da organização, conversas e discussões inerentes à família. A família deve estar restrita ao âmbito familiar e ser tratada como família, sem que haja a interferência de problemas profissionais, pois isso poderá dissolver a solidez desta relação. A propriedade deve ser respeitada, pois conflitos sérios que possam rachar a família, também podem fragmentar o patrimônio que levou muito tempo e esforço para ser construído.
• As mudanças sempre ocorrem. Entendendo isso, é possível observar que a empresa de ontem pode não se adaptar ao mercado atual.
Implementar valores e uma mentalidade desenvolvimentista faz com que as pessoas sejam mais flexíveis a variáveis internas e externas e mantenham um grau de adaptabilidade crucial para a perpetuação dos negócios.
Portanto, para manter a continuidade dos negócios de família é necessário determinar regras de conduta corporativa, além de promover a formação de sucessores que tenham o perfil do cargo a ser assumido, bem como vínculo com a cultura organizacional. Este é o caminho para perpetuação da empresa familiar e do sonho do fundador.
Na condução dos processos de sucessão, o desenvolvimento dos sucessores é muito importante, pois a transferência bem-sucedida dos pilares que sustentaram e fortaleceram os negócios da família, depende de um preparo adequado daqueles que assumirão a empresa.
Só haverá eficácia no processo de sucessão, quando a organização entender que o manteve esta empresa sólida e estabelecida no mercado foi sua cultura, os padrões de atividades empresariais que consolidou a organização com um diferencial mercado e, fundamentalmente, o carisma do fundador.
A cultura organizacional é um conjunto de posicionamentos que se traduz em seus valores ou crenças fundamentais e em sua postura diante de funcionários, do mercado e da comunidade em que esta unidade de negócios está inserida.
No que tange a fundação e trajetória de uma empresa familiar, a cultura e, consequentemente, as bases que sustentam os negócios são reflexos diretos dos valores cultivados no lar e que são transportados para as corporações. A consolidação da cultura para as próximas gerações e uma boa gestão organizacional, são alicerces para promover a perpetuação das empresas familiares e o sonho do fundador.