Por: Domingos Ricca
As questões que envolvem o cenário mundial são complexas e de difícil solução. Ser empresário, dentro e fora do Brasil, sempre foi um desafio. Atualmente estamos vivenciando um drama empresarial, decorrente de um risco impossível de prever. O Covid-19 não poderia ser considerado em nenhuma projeção, nem mesmo as mais pessimistas. Como então sobreviver nesta situação calamitosa em que nos encontramos?
Muito embora o empresariado tenha que lidar com as dificuldades existentes na economia mundial, tendo períodos com maiores ou menores obstáculos ao crescimento organizacional, a empresa familiar sobrevive às intemperes, e continua sendo predominante na economia do Brasil e do mundo.
As organizações de natureza familiar são as maiores geradoras de emprego e renda neste país. Estima-se que empregue cerca de 60% da mão-de-obra brasileira, e que promova 48% da produção nacional.
Sem dúvida, a figura mais importante da empresa familiar é o (a) fundador(a). O pai (mãe), o avô (avó), aquele (a) que desenvolveu e concretizou o negócio, é exemplo a ser seguido pelos familiares. Ele possui todo o conhecimento sobre a empresa, e sabe a melhor forma de solucionar cada tipo de problema corporativo, além de ter vivenciado crises diversas, e principalmente, ter mantido a organização rentável e viva por muitos anos.
Além disso, a imagem que a própria organização apresenta frente ao mercado está diretamente vinculada à personalidade do patriarca. Seus princípios e valores são incorporados no modo de atuação da empresa e definem a identidade organizacional. Com carisma e muita determinação, fundadores (as) superaram barreiras e lutaram incansavelmente para manter sua empresa, e seu legado para a família.
A arte da liderança eficiente em meio a uma crise se concentra na capacidade adaptativa. Crises vão e vem. É uma constante na vida de qualquer empresa. A crise evolui com o tempo, e depois se descobre algum “antídoto” que permite a retomada do desenvolvimento organizacional. Empresa e seus líderes precisam elaborar planos, executar uma série de ações conforme os acontecimentos e o contexto de cada acontecimento.
Frequentemente, é necessário que partes da organização que normalmente não trabalhariam juntas se unam em harmonia. Este é um período propício para que pessoas se unam, e que a família some forças para o bem da empresa.
Ser empresário em meio a toda esta turbulência, é sinônimo de criatividade, persistência e resiliência. Nas últimas semanas, estamos tendo que aprender que situações de desequilíbrio e imprevisíveis podem ser cada vez mais frequentes. Assim sendo, o conceito de “Gestão de Riscos” deverá ser levado a outro nível, muito além do econômico financeiro. Para superarmos os efeitos do coronavirus, teremos de ter uma organização maior de nossos processos, envolvimento absoluto dos nossos colaboradores na retomada das atividades, permitindo que haja superação de prejuízos e perdas em geral, no menor período de tempo.
Uma coisa é certa: a empresa só sobreviverá para as próximas gerações, com uma estrutura profissionalizada que permita ultrapassar, tanto as crises econômicas, quanto os problemas cotidianos. Inclui-se neste último, as ações de Planejamento Sucessório. Este é um grande desafio que permite a perpetuação dos negócios de família.
Durante a turbulência de uma crise, devemos manter um compromisso inabalável com os valores essenciais da organização. Isso cria segurança e confiabilidade no processo de tomada de decisão de sócios e gestores.
A adversidade pode fazer com que sua equipe melhore a performance. É preciso inserir no time de trabalho, a noção de que todos são parte da solução. Este é o “sentido de pertencer”, ou seja, juntos somos mais fortes. Criar condições como essas exige que os líderes acalmem e encorajem todos na empresa, assegurando o apoio necessário.
Lembre-se sempre: A família existe para servir a empresa, não a empresa servir a família. O negócio familiar foi construído ao longo de anos de superação de muitos desafios. Este será só mais um obstáculo a ser vencido. A família unida permite que a empresa seja mais forte. A desunião e os conflitos, enfraquecem sobremaneira a organização. Este é o momento de união de todos em prol da manutenção do sonho do (a) fundador (a).