Em sua contestação no processo movido pela empresa, o ex-presidente expõe outros parentes, como os irmãos Maurício e Mônica.
Um histórico das brigas entre membros da família Odebrecht fundamenta pedido feito à Justiça pelo ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht para garantir que a empresa continue pagando parcelas de um bônus de R$ 52 milhões ao qual diz ter direito. A ação movida pela construtora para anular o repasse, o qual reputa ilegal, foi ajuizada em maio.
Marcelo diz tratar-se de retaliação pela sua postura na delação premiada e pede à 1ª Vara Empresarial de São Paulo que reconheça litigância de má-fé. A decisão pode definir se ele vira credor ou devedor do grupo.
A controvérsia opõe mais uma vez Emílio Odebrecht, comandante do conglomerado em meio a um processo de recuperação judicial, e seu filho Marcelo, ex-CEO da empreiteira e responsável por administrar o esquema de propinas que favoreceu dezenas de políticos.
Os crimes são investigados no âmbito da Operação Lava-Jato, da qual ele é delator e pela qual cumpre pena em regime semiaberto.
De um lado, o herdeiro demonstra que o pagamento dos R$ 52 milhões — uma espécie de prêmio por performance referente ao período entre 2013 e 2015 — foi avalizado pelo conselho de administração da empresa.
De outro, a Odebrecht o acusa de coagir executivos da companhia para obter, mediante ameaças escritas de próprio punho quando ainda estava preso, aprovação de valor 1,7 vezes maior do que o realmente devido.