UM INSTRUMENTO ESSENCIAL NA BUSCA DE UMA GOVERNANÇA FAMILIAR EFICIENTE
Meus vinte e cinco anos de Advocacia Empresarial passei fora de holofotes pois optei em trabalhar desde o início com aquilo que me moveu e sempre me apaixonou: a trincheira das empresas familiares.
Testemunhei os dramas da cegueira, da negação, da vaidade, da surdez. Um pacote completo de patologias corporativas típicas dos momentos de grandes choques, de abalos estruturais. 

Essa introdução foi necessária para que entendam que minha forma sistêmica e integrada de olhar e sentir uma empresa familiar e seus conflitos é resultado dessas mais de duas décadas de observação e ação.

Inserido na dinâmica da gestão dos conflitos familiares, temos muitos tópicos academicamente descritos em pormenores bastante profundos. Temos ferramentas para lidar com diferentes situações, matérias, pessoas, objetivos. Existem, por exemplo, as pessoas de diálogo fácil, fluido; outras se comunicam de forma mais ruidosa, exigindo do mediador uma atuação mais cuidadosa, mas não menos profunda. Existem, também, as diferenças de foco e objetivo quanto a cada sócio (familiar ou terceiro), que podem levar a graves conflitos de interesse.
No entanto, sem a aura da busca por tudo de melhor para todos, inclusive para a empresa, que normalmente permeiam os textos sobre Mediação de Conflitos, ouso dizer que meus fragmentos de observações e memórias me levaram a compreender que sim, é possível alcançar uma gestão harmônica, uma empresa lucrativa, uma interação entre os familiares que seja eminentemente profissional e ética, mas que essa busca terá que ser iniciada não pelo todo, não pelo outro, não pela busca da interação perfeita com a empresa, mas pela busca do SIM com você mesmo.
O altruísmo não é inato e na esfera da gestão de uma empresa, ainda mais sendo ela familiar, sequer é indicado que seja o mesmo incentivado (ainda que seja uma Fundação ela necessita de uma gestão eficiente e focada em resultados). Só alcançamos resultados práticos positivos na gestão de conflitos, quando temos por foco a construção de uma família empresária pragmática, com objetivos pessoais bem definidos, chegando ao ponto que cada um entenda
que o olhar para o outro não se faz pelo outro, que o olhar para a empresa não se faz apenas pela busca de excelência e lucratividade de uma pessoa jurídica, mas pela busca de um bem comum, viabilizando assim a coexistência harmônica e alinhada com a geração de riqueza para todos os envolvidos.

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