As empresas familiares são a forma predominante de empresa em todo o mundo. Elas ocupam uma parte tão grande da nossa paisagem econômica e social que se quer nos damos conta. Além disso, esses empreendimentos são de extrema importância para o país, já que representam 20% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

No entanto, estudos mostram que de cada 100 empresas brasileiras, 30 chegam à segunda geração, e apenas cinco chegam à terceira. Na maior parte das vezes, o fracasso dessas companhias é devido à sucessão mal planejada. Para muitos, falar sobre sucessão significa afastar uma pessoa da empresa para colocar outra em seu cargo. No entanto, esse processo é bem mais elaborado.

Um planejamento sucessório, em primeiro lugar, consiste em entender e analisar a empresa tal como ela é, a fim de fazer com que os valores e objetivos do empreendedor se perpetuem. Geralmente, o fundador não tem consciência de que um projeto sucessório auxiliará no aumento da longevidade do seu negócio e que, quando feito na sua presença, mais fácil será para seus herdeiros adotarem sua postura empresarial, já consolidada no mercado.

A cultura da empresa é formada pelos valores e crenças que são a marca da companhia. Ela envolve a postura que o fundador adota diante dos desafios, o modo de tratar seus funcionários e o jeito que encara seus sucessos e insucessos. Como uma marca registrada da empresa, sua cultura está presente nas atitudes relacionadas a todos os aspectos e situações.

No caso das empresas familiares, o mais comum é que, os herdeiros tenham sofrido influência dos valores pessoais do fundador no núcleo familiar. Tais valores também são repassados para a empresa, mediante atitudes e comportamento adotados pelo corpo organizacional. Portanto, o que os sucessores aprendem desde a infância é necessário e essencial para que consigam administrar os negócios da família seguindo os exemplos do fundador.

Apesar de precisar aprender muito, a segunda geração também possui experiências e valores próprios para acrescentar ao empreendimento familiar, gerando vantagens competitivas. É ela que consegue incorporar mais facilmente as inovações, podendo, por exemplo, aperfeiçoar a produção com a implantação de tecnologias.

Há situações em que a companhia pode estar desequilibrada, enfrentando problemas como: política organizacional inadequada, tecnologia obsoleta, falta de competência e habilidades, desmotivação, liderança precária, políticas deficientes, conflitos e processos de comunicação desestruturados.

Nesse caso, a geração de novos empresários pode ter maior possibilidade de visualizar as soluções dos problemas e impedir que a criatividade seja engessada. Com isso, pode desenvolver novas oportunidades de mercado, de tecnologia, impacto nos concorrentes, nos produtos e, por consequência, nas variáveis econômicas e sociais, tais como geração de emprego e renda.

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