A rede de varejo catarinense Havan decidiu mesmo suspender a abertura de capital na B3. A companhia pretendia fazer sua estreia avaliada em 70 bilhões de reais, mas o mercado só estava disposto a pagar entre 50 bilhões de reais e 60 bilhões de reais. O plano era realizar uma oferta pública inicial com uma parcela primária, ou seja para o caixa da empresa, e outra secundária, que vai para o bolso do dono.
O IPO da Havan tornou-se um dos mais conhecidos e esperados de 2020 depois que pessoas próximas à operação falaram que o negócio poderia ser avaliado em 100 bilhões de reais, o que equivaleria a um múltiplo de 130 vezes o lucro líquido de 756 milhões de reais registrado em 2019 — considerando que o desempenho deste ano está pior, devido à pandemia. O resultado dos primeiros meses deste ano foi de 86 milhões de reais, uma queda de 75% em relação ao lucro do primeiro semestre do ano passado.
Se alcançasse o valor ventilado no mercado, a companhia seria a sexta não-financeira da B3 com capitalização de centena de bilhão. Além de Petrobras, Vale, três dígitos só aparecem em Ambev, Weg, B3 e Magazine Luiza, entre as 337 empresas da bolsa. No preço que os investidores estavam dispostos a pagar, a Havan valeria entre 67 e 80 vezes o lucro do ano passado.
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